sábado, 10 de julho de 2010

Hora de investir na mídia alternativa


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Em Seminário, Apeoesp e CUT defendem ampliar apoio à imprensa popular e combater oligopólios da comunicação
Desengavetar a regulamentação dos artigos da Constituição que combatem os oligopólios da comunicação e disciplinam a renovação e a concessão das emissoras públicas de rádio e televisão (artigos 220 e 223) e mobilizar as entidades sindicais e populares para que liderem uma ampla campanha de apoio material aos jornais e rádios da mídia alternativa, com compra de assinaturas e espaços publicitários.
Estas foram as principais conclusões do Seminário “A mídia e os Movimentos Sociais”, realizado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) nesta quinta-feira (1/7) no Hotel Braston, na capital paulista. O evento reuniu jornalistas e editores da Revista Fórum, dos jornais Brasil de Fato e Hora do Povo, do Blog do Azenha e da ONG Ação Educativa, que debateram com as lideranças dos professores, diretores de escolas, dos supervisores de ensino sobre a criminalização dos movimentos sociais pela “grande” mídia e a construção de alternativas aos conglomerados da mentira.
Na avaliação da presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), é fundamental que a reflexão proposta pelo Seminário seja interiorizada por cada uma das lideranças e compartilhada com a base, para por um ponto final na hipocrisia de meios de comunicação. Bebel condenou a prática autoritária dos barões da mídia que desrespeitam a liberdade de expressão, lançando mão de calúnias e desinformações contra as entidades representativas e suas lideranças, na ânsia de manter privilégios.
Em nome da Ação Educativa, Fernanda Campagnuci se remeteu à greve do magistério para falar do “sumiço” dos sujeitos históricos, rotineiramente invisibilizados pela reportagem dos jornalões, da rádio e da televisão. “Claro, é preciso distinguir os donos dos meios, os patrões da mídia e os profissionais que nela trabalham. Em 17 estados, os jornalistas encontram-se inclusive limitados por mecanismos cerceativos da liberdade, como era a lei da mordaça em São Paulo. Nesta última greve, apesar dela estar revogada, houve um memorando da Leste 3 impedindo que diretores falassem com a imprensa”. Fernanda lembrou do abuso na manipulação de palavras para descaracterizar o movimento: paralisação “supostamente” por aumento salarial, “esvaziada”, “greve política”.
O escritor e editor da Revista Fórum, Renato Rovai, citou alguns números de pesquisa recente realizada pela Secretaria de Comunicação do governo federal para que todos refletissem: 96,6% dos brasileiros dizem ver televisão - sendo que destes 30,3% têm acesso por antena parabólica; 80,3% ouvem rádio, destes 17,6% por celulares; e 46,1% dos brasileiros maiores de 16 anos costumam acessar a internet, metade deles todos os dias. “São dados que apontam que precisamos dar maior atenção às novas mídias”, sublinhou.
Ouça em “A Voz da Educação”. (CUT Nacional)

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