sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O futuro ameaçado



Passamos tempo demais fazendo estragos na educação sem pagar a conta.  O sucateamento da educação foi-se fazendo aos olhos e sob a conivência de grande parte da sociedade. Enquanto os educadores alertavam e lutavam, heroicamente, em defesa da educação, os poderes constituídos não davam a importância devida. Agora, as conseqüências começam a aparecer.

Pois, com tantos estudiosos de educação espalhados por esse país imenso, poucos se dedicaram à luta pela mudança de paradigmas de uma sociedade que não valoriza o professor.  Se desejarmos ter futuro, na questão da educação com qualidade é imprescindível e impostergável tornarmos a profissão  mais atraente aos jovens.

Os baixos salários, condições precárias de trabalho, turmas lotadas e ter que dar aulas para muitas turmas estão entre os principais fatores que desestimulam professores e estudantes.

A profissão anda tão em baixa que a CESMAC (Centro de Estudos Superiores de Maceió), a maior rede privada, fechou o curso de Licenciatura em Matemática porque não havia alunos suficientes.

Para reforçar o problema da questão salarial, destaco a afirmação de um aluno do 3º ano do ensino médio, que gosta de matemática, mas não quer ser professor: "Não sei ensinar. E não dá dinheiro" - diz o estudante.

No momento em que se fala tanto em qualidade da educação, a questão atual que se coloca é: quem serão os professores do futuro?

A verdade é que precisamos, urgentemente, tornar a profissão de professor mais atraente, principalmente, com o pagamento de melhores salários. Esse é o ponto central; outras afirmativas são apenas malabarismos de retórica de quem quer desviar o foco.

A falta de candidatos às licenciaturas é assim explicada pelo diretor de matemática e estatística da USP: "O desprestígio não está na Universidade. Está na sociedade que desvaloriza o professor."

Finalmente, enquanto os governos continuarem a olhar a educação de forma simplista (para não dizer simplória), achando que devaneios como a meritocracia é a solução mágica, o futuro da educação continua sendo enigmático, se é que podemos pensar em futuro...

Material de apoio:
- Notícias publicadas no site do CPERS/Sindicato
- Leituras diversas.
*Siden Francesch do Amaral
Diretor e Representante 1/1000 do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato - São Leopoldo
SUBSCREVENTE:
César Sor da Paz Augusto do Nascimento Moura


2 comentários:

Prof. César Moura disse...

Atenção professora e Atenção professor!

Carlos disse...

Parabéns pelo blog!
Cumprimentos também pelo artigo publicado: "O futuro ameaçado".
O autor tem razão, os educadores necessitam é de salários, dinheiro no bolso. Basta a esse salário de miséria...
Um abraço!