César Augusto do Nascimento Moura
Professor de Sociologia
Uma Revolução acontece quando uma grande massa de gente interfere no processo político e lhe causa enorme transformação social e, principalmente, econômica. Foi o que aconteceu no Brasil com o protagonismo da população negra que teve o apoio dos demais explorados (as), indígenas e mestiços (as) e intelectuais abolicionistas da nação. Vários fatores vinham pressionando o governo brasileiro e mudando também as correlações de forças no campo das relações internacionais impostas inclusive pelo capitalismo e a revolução industrial que precisavam criar mercados consumidores em todos os países. Vários acontecimentos vinham modificando a configuração local, nacional e mundial na área econômica, social e política e consequentemente forçava uma mudança nas relações de trabalho e de produção em nosso país e no Planeta.
Foram muitos levantes, guerras e revoltas que se sucederam e se intensificaram a partir de 1780 com a formação de quilombos, que aumentaram na década de 1830, com o estabelecimento de uma onda de levantes que contaminou todo o Brasil, com mais intensidade no sudeste e nordeste, norte e muitos no sul do país. Muitas revoltas só foram debeladas através da forte intervenção do governo federal e suas tropas militares. Esse processo cresceu, chegando em 1887 em uma situação insuportável, sendo praticamente impossível aos fazendeiros conter as fugas em massa da população negra oprimida e escravizada que, em ato de coragem e determinação, enfrentaram o sistema escravocrata e o renderam, pois, no final de 1887 já havia acabado praticamente a escravidão negra no Brasil devido às lutas cotidianas dos abolicionistas e o povo em geral.
A assinatura da Lei Áurea, em 1888, foi apenas um ato formal. Foi uma vitória da luta do povo brasileiro, negos e negras. Os interesses das massas exploradas triunfaram sobre os interesses da oligarquia rural e urbana do Brasil. Muitos jornais descreveram a abolição da escravatura como a mais genuína conquista popular da história brasileira. O poder executivo foi mero executor de um decreto determinado pelo povo, como ponderou o Diário Popular de São Paulo, em 14 de maio.
Quatro anos depois do acontecimento, o editorial de O Estado de São Paulo observou que a opinião pública tendia a atribuir a abolição à Princesa Isabel e a sua decisão de libertar os escravos, mas na verdade a abolição havia sido a primeira expressão de democracia na história do país, um movimento popular, profunda e exclusivamente popular, ramificado por toda a vastidão de nosso país. O 13 de maio de 1888 tem sua peculiaridade de grandeza sobre o governo decadente da monarquia e da velha colônia. Trata-se de um evento revolucionário pelo protagonismo de população negra e mestiça explorada, trabalhadores e trabalhadoras escravizados que lutaram e derrubaram os grilhões da opressão no Século XIX.
Atividades na escola
Organizem um Power point, escrevam textos, poemas, crônicas, façam cartazes, faixas, vídeos, blogs, manifestações e ou atos públicos rememorando a luta pela abolição da escravatura no Brasil, que é uma verdadeira aula de cidadania do nosso querido povo brasileiro
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