quinta-feira, 12 de maio de 2011

JUVENTUDE NEGRA E ORGANIZAÇÃO MARXISTA DE LUTAS


Porto Alegre, 25 de março de 2009










JUVENTUDE ESTUDANTIL
- HIP HOP, EDUCAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E LUTAS -











Associação Latino-americana de cultural negra e indígena

PREFÁCIO

Pela organização socialista da Resistência Sul, do movimento de Consciência Negra, do Movimento Hip Hop, da Periferia e da Juventude Negra e indígena
Pela Associação Latino-americana de cultura negra e indígena e pela liberdade, igualdade, fraternidade e autodeterminação dos povos da América Latina


MANIFESTO pela União da Juventude Brasileira e latino-americana, estudantil e trabalhadora pelo socialismo, pela liberdade, pela esperança, por trabalho, em defesa da água do planeta, pela dignidade e pelos direitos humanos e socioambientais; contra a dominação imperialista do capitalismo e o “Globalitarismo” – processo que anula a diversidade, a identidade e a  autodeterminação dos povos e nações.
Milhares e milhares de jovens, homens e mulheres, lutam mundo a fora todos os dias para melhorarem suas condições e qualidade de vida. Vão à busca de melhores dias e perspectivas de futuro melhor. Marcham por cidadania, contra a indiferença, contra o racismo, o preconceito e a discriminação, lutam contra a homofobia, a xenofobia e a intolerância.
É necessário construir uma organização que estando no sul, mesmo assim, possa ser uma alternativa para o conjunto da juventude brasileira, latino-americana e mundial. O socialismo precisa ser difundido bem como as suas formas de organizações, de lutas, produções e agitações. Uma geração inteira foi alijada dessa teoria social que pode instrumentalizar as pessoas na busca de mudanças do mundo e suas relações pare melhor. Nem tudo está perdido vamos juntar as forças e acreditar na juventude.
A juventude é e deve ser a grande participante e protagonista desse processo de lutas e transformações, através das suas organizações, livres e independentes, buscando aliança e unidade das suas entidades, tais como grêmios estudantis, uniões municipais, estadual e nacional de estudantes secundaristas; centros acadêmicos, diretórios acadêmicos e DCEs, UEs e a UNE – União Nacional de Estudantes. Além disso, é preciso reconhecer e respeitar organizações como a Resistencia Sul – Hip Hop e Educação e o Movimento de Consciência Negra Palmares que por seus turnos devem difundir e defender o socialismo em nome da causa que defendem a população negra, mestiça e explorada e humilhada todos os dias pelo sistema capitalista.
A tendência das lutas da juventude da periferia hoje é colocar o socialismo como uma alternativa viável diante do impasse e da crise irreversível do capitalismo, cuja estratégia é, desenvolver e fortalecer a organização em torno do socialismo, das entidades, dos grupos e das pessoas da periferia em regime de urgência, fazendo a difusão e profusão das ideias libertárias e alternativas à ganância capitalista e da burocracia da “esquerda” fajuta que já faz tempo traiu as lutas da nossa juventude e da nossa gente tão sofrida..
A tendência também deve ser de um período de estudo e preparação, de reflexão e ação, principalmente na divulgação de novas ideias, de alternativas de organizações das lutas, intervenção através de debate e exposições de ideias e saídas, formarem alianças e unidade com outros setores explorados e esquecidos da classe trabalhadora, contra uma camarilha que suja as mãos com o poder e se locupletam e querem mais que o capitalismo perdure e esmague nossas cabeças.
Todos nós, homens e mulheres, somos parte do movimento da juventude negra que luta por seu protagonismo e redenção social, econômica e cultural. Por isso estamos convocando todos os lutadores e lutadoras, que venham conosco construir uma caminhada de futuro para toda a população trabalhadora brasileira, que venham estudar, debater e fazer uma experiência a partir da superação das limitações políticas; que venham crescer juntos e que possamos em conjunto dar um novo sentido e muito melhor para a vida. Conclamamos aqueles que trabalham e estudam e também aqueles desempregados e sem oportunidade de ensino e qualificação. A União faz a força e a organização nos dá a vitória.
A queda capitalista
Assistimos a maior crise capitalista de alcance mundial dos últimos tempos. Desde a grande depressão dos anos 1930, que conduziu o mundo ao massacre da Segunda Guerra Mundial não se viu algo assim.
Embora a fase mais alta tenha sido em 2009 não está descartado erupções maiores, uma vez que o continente europeu continua borbulhando depois dos acontecimentos na Grécia. Observamos todos os dias uma cadeia de crises que se desenvolve e que bem analisado percebe-se que isso vem lá dos anos 60, a crise se desenvolve como uma bola de neve e se abate como um efeito dominó.
Os acontecimentos do Egito, janeiro de 2011, têm mostrado que as medidas do capitalismo para abafar a crise já estão ineficientes, que mesmo entregando o governo como foi feito nos Estados Unidos, não vai ficar nada resolvido, nem melhorar. A cada dia aumenta mais a crise. O que falta no Egito é um pequeno grupo que tenha estudado, refletido, se organizado e tenha tomado a decisão pelas massas exploradas e que deseja tomar o poder e construir uma sociedade socialista. É preciso existir pessoas revolucionárias, que tenham condições de criar e apresentar novas ideias.
Agora os episódios são mais catastróficos, como evidencia o crescimento sem precedente da fuga de dinheiro e da incessante onda de quebradeira de bancos e de indústrias, a desarticulação e derrubada do comércio mundial, e, por último, a quebradeira financeira dos tesouros estatais. As reservas estão sendo usadas para tentar salvar as empresas capitalistas incompetentes, exploradoras e criminosas, além dos banqueiros e todo o sistema financeiro capitalista.
A classe trabalhadora, explorada e massacrada, em especial a juventude da periferia estão recebendo nas costas as pauladas mais violentas da crise capitalista. É a primeira que é despedida e tenta sobreviver do subemprego, do trabalho precário e da desqualificação profissional. Sofre com o encarecimento dos cursos de nível técnico e profissionalizantes, além disso, sofre com a evasão e o abandono escolar, e, o que é mais grave ainda, sofre com o incremento do narcotráfico e as drogas, que destrói física e moralmente a juventude em seu momento mais sublime de criação, autocriação, produção e de geração de  trabalho e renda.
O desemprego e a subemprego têm alcançado percentuais preocupantes da crise em curso, muito piores que os do passado: 18%, por exemplo, nos Estados Unidos, ou seja, 23 milhões de trabalhadores; mais de 20% na Espanha; em torno disso está a Argentina: mais de dois milhões de pessoas. A mais golpeada é a juventude, cerca de 50% desses percentuais. O Brasil, por seu turno tem 35 milhões de jovens que até 24 anos ainda não consegui o seu primeiro emprego e mais 35 a 37 milhões de jovens que trabalham em regime de semiescravidão e ou em situação de subemprego. Os empregos que aparecem não supridas as suas vagas, pois as pessoas não têm qualificação.
A tentativa de satisfazer a ganância capitalista através da cobrança de mais impostos das populações e da utilização da grana dos bancos centrais deixa nítida a perspectiva política mais eminente, que é a quebra dos estados e o enfraquecimento em grande escala das principais moedas do mundo.
A vinte anos da derrota do “comunismo” (expressão falaciosa para encobrir o anticomunismo stalinista), caem as mascaras da questão histórica central de nossa época: O esgotamento e a derrocada do capitalismo, pois, mostra que o “comunismo” fracassou por que não consegui se desenvolver suas próprias premissas, sua própria essência, ou seja, adquirir um caráter mundial e a possibilidade de desenvolver-se nas nações mais desenvolvidas. O capitalismo se esgota como consequência dos seus próprios fundamentos: a exploração social, a propriedade privada, as rivalidades entre estados, a competição em detrimento da cooperação, a fragmentação da especialização e da produção. Seu espectro se encontra na nação que é seu paradigma histórico. Quando a chamada globalização decidiu e descreveu como certo o domínio mundial do capitalismo parecia chegar ao seu ponto principal, porém apareceram todas as suas contradições, que são as mesmas do capitalismo, isto é, capitalismo e globalização se fundem e se confundem!
Agora os Estados estão empenhados em descarregar a crise do capitalismo nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras das regiões periféricas do mundo, também são buscadas as nações mais frágeis em todos os continentes para salvar a crise do capitalismo. A pressão maior se exerce sobre as nações que embarcaram a cerca de 20 ou 30 anos num processo de restauração capitalista, é o caso do leste europeu, da China e do Brasil na América Latina, que não têm cacife para resolver tamanho problema mundial, quem deveria fazer isso seriam os países centrais da Europa e os Estados Unidos, porém, nem mesmo eles conseguem.
Uma confusão muito grande tomou conta do mundo, do ponto de vista das ciências sociais e políticas que terão que encontrar um jeito de explicar as crises vivenciadas hoje no mundo; que não tem uma alternativa para o capitalismo em farrapos? Fato curioso é que o capital estatal em várias partes do mundo foi tomado pelos capitalistas para salvar os seus negócios, em especial, bancos e empresas. Outro fator importante que ficou visível, em muitos casos o negócio privado virou estatal e as moedas nacionais foram privatizadas para salvarem os negócios dos capitalistas. As elites tomaram conta de tudo, como se fosse uma revolução social. Se eles se salvarem como fica a vida das classes trabalhadoras? Existe futuro num mundo assim para quem vivem do próprio trabalho, dos seus pés e mão, dos seus olhos, nervos e cérebro?
As saídas capitalistas para a crise representam mais miséria, mais desemprego, mais falta de saúde, de alimentos e mais guerras. É necessário desenvolver uma saída anticapitalista, que termine com esse regime social de exclusão e opressão e abra um caminho para a construção de uma alternativa socialista. A situação atual mostra que as condições ideais então criadas, a envergadura da derrocada capitalista mostra que as premissas materiais para uma transformação radical estão prontas.
Nossa América
A América Latina, precisamente por que é o pátio traseiro do imperialismo norte-americano, se encontra no coração da crise mundial. As burguesias nacionais dos estados latino-americanos gozam de uma euforia fictícia, um falso otimismo, em consequência da alta especulativa dos preços internacionais de suas matérias primas – prestem atenção: preços altos das suas “matérias primas” (sem valor agregado nenhum) vão acabar! – e o fluxo de capital (efeito andorinhas), vai a matéria prima e volta capitais, também a baixa do dólar faz com que o poder de compra seja maior causando um sentimento de satisfação e conforto, mas que na verdade são momentâneos do ponto de vista histórico, mais especificamente.
O aumento das populações excluídas tem gerado bolsões de miséria fantásticos, falta assistência odontológica e qualificação. Nas cidades já existe o fenômeno da população de rua de uma maneira acentuada que o Estado não consegue resolver. As bolsas-assistenciais já não resolvem nada e mesmo assim em alguns países são cabos-eleitorais de muitos políticos. Na década de 1990 era comum se falar em “Sem teto” (na cidade) e “Sem Terra” (no campo). Hoje, entretanto, a população de e na rua, que perambula de cidade em cidade, pelas estradas e campos já é uma realidade apavorante. Daqui a pouco terão que ser acampadas como na Faixa de Gaza, no Oriente, no Haiti e no Rio de Janeiro, considerando que o desequilíbrio ecológico, pressão atmosférica, aquecimento e efeito-estufa, são causas e consequência do capitalismo industrial, comercial, financeiro, predador e depredador. Cheio de “dor”!
A queda o acirramento da crise são eminente. Não vamos, portanto, nos enganar! As manifestações populares que aconteceram desde o início do século em nosso continente, começando pela Argentina e indo até o México, “seguem presentes na consciência e na organização dos povos”. Na medida em que o imperialismo insiste em encarar a crise mundial mediante as guerras de opressão, está forçado ao mesmo tempo em impor seu controle a esse quintal. As guerras contra Iraque e Afeganistão e a que se encontra em preparação contra o Irã, explicam por que foi reativado a IV Frota por que foi instalada na Colômbia. Tem que garantir a “lealdade” dos governos e a segurança em primeiro lugar do petróleo. Outros fatores passam despercebidos, mas são importantes, tais como, a infiltração paramilitar na Venezuela e a deterioração brusca das relações com o governo de banqueiros e latifundiários do Brasil.
Chamamos a juventude gaúcha, brasileira e latino-americana a tomar consciência dessa situação e a preparar-se para uma grande luta pela defesa da independência nacional. Do mesmo modo que lhe advertimos a cerca da covardia das burguesias e classes pequeno-burguesas e movimentos nacionalistas que sempre capitularam, isto é, sempre se curvaram, se dobraram, frente às pressões imperialistas. Desde o bombardeio ao Equador por parte do paramilitar Uribe, até o espetacular fiasco da OEA e seus governos para restituir o presidente José Manuel Zelaya Rosales em Honduras, que as relações internacionais não são sérias. Eles tentam todo o tempo imaginar qual vai ser a reação dos Estados Unidos. A reunião da UNASUL em Bariloche recentemente fica compreendida como uma verdadeira incapacidade e ineficácia histórica. A União do Sul está virtualmente morta. Somente os trabalhadores do campo e da cidade, ou seja, somente os seus governos conquistarão o objeto histórico da unidade nacional da América Latina, que deve ser uma unidade socialista.
A partir de agora precisamos usar todos os meios de propaganda, agitação, aglutinação, publicação e organização para sustentar nossas lutas e concretizar nossos desejos em torno de um programa de lutas da juventude latino-americana pelo protagonismo, pela liberdade, pela esperança, autodeterminação e pelo socialismo.
Os governos latino-americanos sempre falharam com as populações urbanas, rurais e tradicionais; expulsaram a população indígena e tentaram aniquilar suas culturas e trouxeram como máquina, coisas rudes e pior que bicho, as populações negras vindas de vários lugares do continente africano, também suas culturas sofreram a tentativa de extermínio, na maioria dos casos o capitalismo, o seu sistema e regime, continua ainda com esse processo de exploração e aniquilamento. No Brasil conforme dados do AFROREGGAE, dos quatro mil jovens assassinados por ano, só pela polícia repressora do Estado, a maioria absoluta (acima de 98%) é de jovens negros, dos 14 aos 24 anos de idade.
Precisamos agir com responsabilidade em nosso tempo. Nós somos responsáveis em propor alternativas para o que está acontecendo aqui e agora. Vamos recuperar a nossa capacidade de organização e resistência. É preciso teoria, muito estudo e reflexão de forma individual e principalmente coletiva. Organizar seminários, encontros, congressos nas comunidades, regionais, nacionais e continentais. Isso só será possível com o enfrentamento dos problemas que atrasam nossas iniciativas, fator econômico e fator tempo. É isso que nos faz marcar passo num só lugar. Precisamos gerar esses recurso através de ações concretas e principalmente publicações, tais como, livros, jornais e revistas. Se não fizermos nada não vai haver futuro para nossos filhos e filhas.
O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível. O número de participantes tem crescido nas sucessivas edições do Fórum: de 10 000 a 15 000 no primeiro fórum, em 2001, a cerca de 120 000 em 2009, com predominância de europeus, norte-americanos e latino-americanos, exceto em 2004, quando o evento foi realizado na Índia. O referido fórum foi tomado pela elite governante que o submeteu ao Banco Mundial e ao FMI e principalmente ao Fórum Econômico de Davos na Suíça. As idéias de “salvar o mundo” ou de “criar um novo mundo possível” mesmo dentro do capitalismo estão sendo rezadas conforme os interesses dos negócios, das empresas e do redirecionamento do capitalismo, mais especificamente o seu resgate e a sua salvação.

A juventude precisa se unir nas comunidades, nas escolas, nas universidades, nas praças e ruas para lutar contra a falta de trabalho, de saúde, educação, transportes, moradia e garantia de futuro. É preciso lutar contra a exploração da Amazônia, contra a exploração comercial e capitalista da água potável e demais recursos hídricos, lutar contra as bases militares norte-americanas na América Latina, contra as bases militares na Colômbia e a IV Frota, pelo levantamento incondicional do Bloqueio a Cuba, a defesa dos processos populares contra os ataques das oligarquias locais e o imperialismo. Lutar pela unidade da juventude e da classe trabalhadora pela revolução socialista em nossos países e a Unidade Socialista da América Latina. Precisamos fazer um pouco, e, muito mais do que fizeram os Panteras Negras nos Estados Unidos. Aquele foi um tempo difícil, não havia internet e o telefone era caro.
Somente por esses meios poderemos derrotar a influência exercida contra as nossas ideias de igualdade e liberdade que estão em nossos corações e mentes. A juventude da periferia necessita de organizações fortes que promovam a agitação de ideias que se rompa com esse imobilismo típico de uma reprodução cultural que na verdade favorece a classe dominante – Não podemos permitir que as consciências fiquem anestesiadas, sob pena de não haver um futuro com dignidade e humanidade. Todo o poder àqueles (as) jovens que lutam todos os dias por um mundo melhor e sonham com um mundo socialista de humanidade e respeito.
Saudamos aquelas pessoas que sonham com coisas boas para todos (as). Sobretudo, aquelas pessoas que também propõem e que aceitam este convite e tomam iniciativas sobre essas propostas, que não ficam paralisados, que não deixaram de sonhar e acreditar na humanidade, que lutam na cidade e no campo, por toda a parte da nossa querida e tão sofrida América Latina. Muito especialmente saudamos os negros, operários, mulheres, índios, velhos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. Todos aqueles (as) que se mobilizam e mobilizam outras pessoas para acabarem com a opressão, a hipocrisia e a mentira.


A revolução estudantil
A decadência histórica do regime social capitalista se expressa através de um sistema universitário e de formação técnica a nível médio que “prepara o jovem para o Mercado de Trabalho” e não para sua comunidade, sua gente e a humanidade. Isso vai ser péssimo daqui um pouquinho. O sistema capitalista não consegue incluir todo mundo! A universidade, como ocorre com qualquer outra instituição do sistema não pode ir além dos limites históricos da classe social dominante. Além disso, dos projetos sociais terem limites, as reformas e “contrarreformas” universitárias que já assistimos quase todas ditadas pelo Banco Mundial, têm uma via de contrapartida; haverá cobrança da conta em 20 ou 30 anos.
Os capitalistas e seus governos – hoje até os governos do PT são deles! – e em especial seus teóricos, geralmente acadêmicos, economistas, diga-se de passagem, declaram que seus propósitos são unir a universidade com o trabalho, que com isso respondem com a proposta de fragmentação das carreiras, uma superespecialização de atividades, que isso iria aumentar a demanda nos cursos e atenderia o mercado cada vez mais competitivo e com novas necessidades devido ao desenvolvimento tecnológico. Tudo isso é Falso.
Assistimos a maior alienação do trabalho dos últimos tempos tanto físico como intelectual. Dentro das próprias escolas Básicas (E. Fundamental e Ensino Médio) que se tornaram “linhas de montagens” de “aliens” para o propalado “mercado de trabalho”. A escola passou a ser uma indústria de montagens de peças e máquinas para o mercado de trabalho. Foi reforçada a exploração do trabalho intelectual. O intelectual da educação foi transformado em “sacerdote”. Não há  mais respeito! Trabalha, trabalha de graça!
Há um aumento reforçado da exploração intelectual e braçal e a união da desclassificação universitária e o trabalho precário, sem direitos sociais, sem futuro e sem cidadania; passou a existir dentro de uma relação social de semiescravidão, “trabalho frio” e “temporário”. Em pleno Século XXI comprovadamente essas relações, do ponto de vista de um ideal de humanidade e futuro, são falsas.
O capitalismo fala em união, mas acaba dividindo, mediante aqueles que são enxotados dos seus empregos e aqueles que  entram no “mercado” para serem explorados até a última gota, até serem também descartados. Além disso, tem a utilização das drogas que degenera e desmoraliza a juventude que dessa forma não pode lutar por transformações verdadeiras e humanas da sociedade.
Os grupos humanos subalternos são explorados ao extremos mas não se reconhecem, não se identificam e isso não é um fenômeno por acaso. Tudo isso é pensado, “dividir para governar”. O capitalismo promove com sua política a exclusão do ser humano e consequentemente do trabalhador corporal (coração, cérebro, ossos, nervos e mentes) e do intelectual também constituído de coração, cérebro, ossos, nervos e mente. Em suas próprias bases sociais, o capitalismo é incapaz de superar o antagonismo entre trabalho e estudo, pois não reconhece o direito de um e de outro. Em oposição a esta dissociação como a união exploradora do trabalho braçal e intelectual, também em oposição a desclassificação dos títulos universitários (parece que uma Licenciatura é menos do que um Bacharelado) e a educação privada (como negócio capitalista); e, em oposição ao obscurantismo intelectual e crescente que a Juventude Negra, mestiça e explorada deve marchar. Também devemos marchar contra a hipocrisia e a exploração econômica. Vamos planejar uma revolução cultural, social e universitária que nos tire da condição de “colonizado” de subserviente do capitalismo na América Latina. A Educação faz parte dessa transformação radical, como parte da abolição da exploração capitalista, por um governo e uma elaboração política e social controladas pela classe trabalhadora e não pelas oligarquias rurais e urbanas como acontece no Brasil. Nessa linha chamamos todos a defender os direitos por uma Educação Integral e gratuita em todos os níveis, inclusive na universidade. Educação Integral e gratuita para todos(as).
Não precisamos de “inclusão no mercado de trabalho” para sofrer a exploração capitalista. Precisamos de qualificação para gerar trabalho, emprego e renda independente dessa forma velha e arcaica de exploração do ser humano que é o capitalismo. O capitalismo continua sendo uma fonte inesgotável de sofrimento, de assédio moral e sexual, de violência, de dor, tristeza e miséria para a grande maioria das pessoas. Isso precisa parar!
Fora as camarilhas da universidade, por uma universidade pública e gratuita. Fora as indústrias de diplomas, a linha de produção, a esteira e a gestão Taylorista/fordista. A Escola e a Universidade Integral, gera um sentimento de encantamento e de pertencimento nas crianças, adolescentes e jovens. Ela deve acontecer com urgência no Brasil e na América Latina, para que possamos ter uma revolução social digna e humana e não a barbárie como já está acontecendo. A violência sofrida pela juventude de hoje não pode continuar. Governantes! – Devolvam nossas vidas!
Vamos organizar as escolas e as universidades coletivamente e com democracia. Vamos nos desenvolver sobre novas bases sociais, das relações e dos direitos. Vamos desenvolver a luta política em conjunto com estudantes, as casas, as vila, os bairros e os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Precisamos promover com muita urgência a organização política do proletariado e da juventude. A queda do capitalismo mundialmente está comprovada. É uma realidade do planeta inteiro. O capitalismo saturou e estragou tudo, inclusive a água e os outros recursos naturais da humanidade.

Contra a repressão policial, os grupos de extermínios e as gangs dos capitalistas
A realidade da juventude negra, indígena e latino-americana é muito triste. Não tem o direito de “ir-e-vir”, nem de estudar, não tem trabalho e, além disso, foi submetido pelo “mercado das drogas”, “comércio ilegal de entorpecentes” e numa situação desumana e de falta de perspectivas e sonhos.
A realidade da maioria absoluta da juventude brasileira e latino-americana é a mais dura desde o nascimento da escola pública e da falta de trabalho. Centenas de jovens, moças e rapazes, são assassinados (as) por um tipo de repressão existente, e esse número está aumentando a cada ano que passa. Nas saídas de shows, partidas de futebol, nas caminhadas noturnas pelas ruas, nas baladas e em decorrência das abordagens violentas da polícia, principalmente na cabeça dos negros acionarem o gatilho fica mais fácil: “Não dá nada”! Deixando-nos um saldo de milhares de desaparecidos e mortos. Segundo o AFROREGGAE, ONG do Rio de Janeiro, enquanto a polícia da Alemanha mata dois jovens por ano, no Brasil são assassinados 4.000 jovens por ano só pela polícia, uma verdadeira guerra, principalmente contra a juventude negra.
Conclamamos a todas as pessoas que entendem que a juventude pobre, lutadora e sonhadora, na sua grande maioria da periferia, tem direito de se desenvolver cultural, educacionalmente e politicamente e que devem continuar vivendo, que para isso não existam mais assassinos nem mesmo da polícia; que os exterminadores devem acabar para sempre em qualquer parte do mundo. Chamamos a todos e todas, pois, isso só será possível através de uma ação histórica das massas, exploradas e massacradas pelo sistema capitalista sustentado ainda hoje por uma ínfima minoria.
É hora de estudar o socialismo e panejar uma alternativa de futuro e acabar com a exploração dos povos e a morte da cidadania, pois, no capitalismo ninguém é cidadã e ou cidadão. Todos os dias devem surgir novas organizações de jovens na luta contra os aparatos repressivos e de extermínio com um plano e um programa socialista. É hora de agitar com ideias novas e o socialismo, assim como a teoria marxista, é a mãe de todas elas.



Por uma Organização Socialista da Juventude
Organizar encontros, seminários, acampamento, “aquilombamentos”, fóruns, caminhadas, conferências e um Congresso com ênfase na juventude negra, indígena e da periferia, do campo e da cidade.
Construir uma Organização política que lute e que forme a nova geração sobra as bases das experiências e dos estudos, da teoria e da prática, da reflexão e da ação.
Afirmamos sem dúvida que a luta contra o capitalismo requer formação, estudo e discussão em grupo, isto é, estudar, assimilar, aprender, a experiência das vitórias e derrotas, inclusive das gerações que nos antecederam na luta pelo socialismo. A nossa luta de hoje deve se desenvolver sobre as bases e em torno de um programa e de uma estratégia. Não podemos improvisar num momento histórico como esse que vivemos hoje. Boas partes das pessoas estão iludidas e não perceberam nada ainda. No Brasil é proibido falar qualquer coisa contra as ideias de Lula que tem mais de 90% de aprovação, enquanto o próprio governo Obama está em queda livre. Ter novas ideias não é feio e nem pode ser proibido. “É Proibido Proibir”!
Todos nos temos neste mundo o direito de se organizar e de pensar diferente, de publicar e defender nossas ideias e pensamentos que tragam benefícios para a humanidade.
Vamos desenvolver uma organização alternativa ao capitalismo em todas as esferas da rede federal, estadual, municipal e nas particulares. Vamos construir o socialismo unidos com os trabalhadores, negros, mulheres, índios, mestiços, crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhos, enfim, com todos aqueles que entendem que o proletariado tem um compromisso social e histórico com a humanidade e que isso só será possível através de uma organização pelo socialismo no campo, na floresta (que ainda resta) e na cidade.
Vamos construir coletivamente a nossa organização em cada escola, em cada instituto, faculdade, centro, associações culturais, de moradia, esportivas e profissionais; em cada bairro, região cidade, aldeia, província e ou estado das federações.
Vamos impulsionar acampamentos de estudos e formação, desenvolver uma campanha de divulgação das ideias socialistas e de filiação e ou recrutamento em todo o território brasileiro, que deve ter sua culminância no decorrer de um ano através de um Congresso/Acampamento, até lá encontros, seminários e conferências são muito importantes.
Divulgação e Agitação com base Socialista
Além dos grupos de estudos e formação socialista para a alternativa à crise que está instalada hoje que pode levar ao fim do capitalismo, é preciso entender que só as ideias novas e empreendedoras podem resolver tudo isso. Não dentro do capitalismo, mas através de uma perspectiva socialista de futuro para a humanidade, que e a organização de todos/as os/as explorados/as.
Em meio a uma crise que se aprofunda só mesmo o socialismo para garantir futuro e esperanças para as pessoas do mundo inteiro. Nós estaremos divulgando e fazendo publicidade das nossas ideias na medida em que elas forem amadurecendo nos grupos, encontros, seminários e na sua organização propriamente dita. E para isso usaremos com intensidade a informática e a internet.
César Augusto do Nascimento Moura
São Leopoldo, 25 de março de 2009.
(TEM CONTINUIDADE DE MAIS 35 PAGINAS MAIS DELIBERAÇÕES E CONCLUSÕES – AGUARDEM!)

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